13 agosto, 2017

Eu tenho uma alma que é feita de sonhos

Pela primeira vez, depois de tudo isso, eu acordei e não pensei em você. Não pensei no motivo de isso ter acontecido, na falta que você faz e vai continuar fazendo. Pela primeira vez, eu não lembrei do seu sorriso fácil, das piadas sem graça que você teimava em contar quase todos os dias que nos víamos; não lembrei da sua carinha de menino que estava começando a voar.

Achei até que, hoje, eu não fosse chorar por sua partida. Pensei que não fosse sentir aquela angústia, aquela ferida aqui dentro do meu peito. Pura tolice minha. Essa ferida está aqui: viva, aberta e doendo. Você, não.

Nunca pensei que viveria momentos da minha vida ao seu lado e, da mesma forma, não pensei que nossa despedida seria assim, sem a chance de dizer adeus. Olhando suas fotos, eu acalmo a saudade e choro. Crio uma realidade paralela na qual você é o menino que sonha, sorri e faz rir.

Se, hoje, me fizessem um jogo rápido de perguntas e respostas, eu (que não sei lidar com surpresas) já saberia o que responder.

Uma palavra: descubra.
Uma cor: laranja.
Uma frase: "eu tenho uma alma que é feita de sonhos."

Você sempre estará em nossos sonhos.

Até a eternidade, meu menino!

06 agosto, 2017

Pra poder seguir

No meu processo de reorganização, o desejo de estar arrumada por dentro reflete no meu desejo de organizar tudo ao meu redor.

Hoje, joguei fora bilhetes de amores passados, CD's dados por pessoas que não são mais minhas amigas, recados que perderam a graça e não fazem mais sentido depois de tanto tempo.

Me livrei de brincos, broches, batons e esmaltes que não me agradam mais.
Mudei minha predileção por cores porque estou mudando o jeito de ver e viver a vida.

Limpei o espelho do quarto no intuito de enxergar melhor meu exterior. Meu interior eu conheço. Sei quem sou e sei como estou agora: uma bagunça organizada.

Passei, literalmente, uma borracha em anotações desnecessárias. Joguei fora meu bloco de notas. Escolhi uma caneta preta que gosto muito e anotei, em um caderno preto com folhas brancas, meus desejos pra vida que estou seguindo. Como me disseram hoje, sonhar faz bem e faz parte da vida.

Guardei as boas recordações: as fotos com meus melhores amigos, a passagem da minha primeira viagem sozinha e o fio de cabelo de Humberto Gessinger (coisas de fã...). Limpei o altarzinho onde, vez por outra, acendo uma vela e faço orações por mim e pelos meus.

Juntei os boletos e os deixei em um lugar acessível. A opção "não pagar" não faz parte do vocabulário de uma capricorniana com ascendente em touro e lua em peixes (pois é, tinha que ter água pra amolecer tanta terra).

Ainda preciso limpar o lugar dos livros. Não me cobrem rapidez nessa parte porque isso vai demorar. 

Depois disso, vou jogar fora a ansiedade, as emoções, certos sentimentos e as más recordações que ainda habitam em mim. Preciso limpar o espaço interno pra me reconstruir. Preciso estar inteira pra mim e pros meus. Quero estar leve pra poder seguir. 

Se for pra seguir, sigamos. E, como diz o poeta, vamos de mãos dadas.