Não sei bem ao certo como tudo começou, mas lembro bem como
tudo terminou.
Mas não quero contar como aconteceu.
Quero dizer como não se comportar diante uma situação de término de relação.
Não se entregue à saudade. Não faça dela a porta de entrada
para a desesperança.
Não superinterprete um emoticon em forma de sorriso ou duas
frases de solidariedade. Na maioria das vezes, ela só querem dizer aquilo
mesmo.
Portanto, não ache que ele/ela está com saudades ou se
arrependeu do que fez.
Não provoque encontros na tentativa de fazer com que a
pessoa enxergue em você algo que ainda não conseguiu ver. Boa parte das
situações se tornam constrangedoras e você não consegue mostrar nada além do
que ele/ela já sabia.
Você continua sendo uma pessoa que ele/ela acha legal, mas
não mais para retomar de onde vocês pararam. Aceite a amizade que lhe foi
oferecida. É o máximo que a pessoa pode lhe dar.
Outra situação: vocês vão sair.
Só porque o encontro foi programado pelo outro ser humano, não fique pensando que no desenrolar da conversa, você ouvirá um: desculpa pelo
que fiz, fui bobo/boba e te chamei pra sair porque quero você de volta na minha
vida pra sempre.
Não fique imaginando que, só porque vocês
conversaram, riram, ele/ela contou como foi na faculdade ou trabalho, você
contou seus planos, todos riram da sua imaginação fértil e, depois disso, vocês
foram pra um lugar mais reservado, que você estará com uma aliança na mão direita daqui a um mês.
Imagina-se que boa parte disso seja natural quando você sai com alguém.
O que acontece é que as malditas expectativas tomam conta de todo o seu ser e, no final, o que pode acontecer é você se desesperar porque nada aconteceu como você gostaria.
Se for pra criar todas essas expectativas, melhor nem ir.
Na verdade, seja consciente e tome a decisão que achar melhor. Peque por ir ou não. Arque com as consequências dos seus atos. Se não for, não fique lamentando o “se eu tivesse ido tudo poderia estar melhor agora”. Não foi, não foi. Perdeu, playboy.
Diferente da chácara do Chico Bolacha (valeu, Cecília!), se
você for procurar algo que a seleta pessoa fez nas redes sociais, você acha. E,
na maioria das vezes, infelizmente, não encontra muita coisa legal. Portanto,
não dê brechas pra raiva ou ciúme desnecessário de uma pessoa que nem está mais
com você.
Dicas finais: não tente soltar indiretas, a não ser que você
esteja preparado/preparada pra ouvir os seus sonhos sendo quebrados;
não puxe uma conversa com histórias inventadas, principalmente, se você inseriu
mais de duas pessoas na história (convencer uma pessoa a mentir é uma coisa,
agora duas...); e, por fim, vá procurar o que fazer. É isso mesmo: vá escrever,
ler, pular corda, pentear macaco e deixe a pessoa ser feliz com quem ela
quiser.
Dói fazer isso? No começo, dói de ter dó de si mesmo, mas é
necessário. É ruim ver a pessoa que você ainda gosta sendo feliz com outra?
Poxa, pra ser sincera, é horrível porque você começa a se achar o poço da
incompetência amorosa, a última pessoa na fila dos esquecidos pelo Cupido.
Não sou pessimista. Claro, algumas pessoas voltam e voltam pra sempre. O que quero dizer é que tudo é possível nessas questões de amor. O melhor mesmo é ir com calma e deixar que a situação se esclareça para, a partir disso, acreditar que tudo vá dar certo outra vez ou não.
O certo mesmo é que a vida tem que seguir. Aos trancos e
barrancos, quem sabe. Mas, por favor, não transforme os barrancos em montanhas.
Possa ser que você não seja um bom alpinista.