16 dezembro, 2013

Para Papai Noel

Querido Papai Noel,

tenho um pedido para fazer. Mas, antes de tudo, quero dizer que fui uma boa menina este ano. Não fumei. Só.

Matei uns sentimentos em mim, mas foi necessário. Eles estavam me sufocando. Foi autodefesa. Perdoe-me, mas matei algumas pessoas também. Não me somavam, pelo contrário, me subtraiam tempo, pensamento, sorrisos, felicidade. Dei um corte certeiro na jugular do convívio. Hoje, elas descansam em paz em algum lugar.

Acho que vou lhe desapontar, mas eu roubei. Roubei sorrisos, olhares, sussurros, beijos, abraços. E bebi muito! Tomei grandes doses de extremos e no meio de tantas indecisões, percebi que injetar um pouco de emoção na veia foi o suficiente para ganhar fôlego.

Desrespeitei muitas regras. Fui feliz sem medida, na minha hora, do meu jeito, sem me preocupar com reações colaterais, sem seguir um modelo pronto. Fiz meu jogo; joguei-o como achei certo. Machuquei partes de mim, mas no final, consegui o que queria.

Fui um pouco desleixada. Perdi muita coisa: caneta, dinheiro, sono, paciência, amigos. Perdi tempo me preocupando com quem não devia. Deixei as coisas passarem por mim causando danos, trazendo feridas, deixando marcas e não fiz nada. Perdi e fui fraca.

Ah, Papai Noel, mas eu ganhei. Logrei amigos e fortaleci laços. E também lutei, fiz por onde e consegui. Mesmo com meus defeitos e limitações, eu vou seguindo. Dizem que sou levemente incapaz, mas sei que chego até o final; pois se “textos interrompidos são frustrações da alma”, projetos inacabados são conquistas da desesperança, e essas palavras não combinam com o azul que colore a borboleta em minhas costas.

Esse ano fiz sorrir, chorar, esperar. Distribuí sorrisos, beijos, abraços e palavras que serviram como acalento ou como um soco no estômago. Servi chás que foram bem apreciados. Cantei a vida e dancei em algumas partes. Enfim, deixei-me à disposição de quem quisesse ser feliz.


Meu pedido? Me traz um ano novo na medida. Na medida em que der pra eu viver do meu jeito e ser mais feliz.

11 dezembro, 2013

Inquietações

Em que caminho ficou teu olhar?
Qual passo entortou teu sorriso?

Em quantas mãos você já entregou sua vida?
Em quantas vidas você achou a sua?

Que direção aponta a saída?
Quantas bocas guardam tua saliva?
Em qual corpo você encontra abrigo?

Em quais gavetas você guarda os sonhos?
Onde você esconde seu medo?
Do futuro, da vida...
Onde estão os teus mais obscuros segredos?

Em qual cidade você deixou sua história?
Sob que ponte correm as águas da memória?

Em quantos vazios estão perdidos os pensamentos?
Em quantos tempos você toca o sossego?
Em qual esquina se encontra sentimento?
Em qual entrelinha ficou perdido o teu desejo?

26 novembro, 2013

Metamorfoses

Uma menina especial, diferente das demais. Que não poderia ser tratada como uma qualquer. Com muitas características que faziam de si alguém admirável. Um físico atraente. Um intelecto de dar inveja. Apesar da pouca idade, muitas conquistas. Mesmo com pouca experiência, havia nela sabedoria. Ela era feliz.

Um dia, sentiu a necessidade de dividir a sua felicidade com alguém. Procurou, escolheu, recusou, mas, enfim, alguém diferente lhe apareceu. Como gostava de pesquisar coisas, quis saber o que havia por trás daquele sorriso enigmático. Foi, sorrateira, buscando um jeito de se enveredar na floresta do coração dele. Como quase sempre, ela conseguiu.

Ele fora previamente avisado que ela não era como as outras. De pronto, entendeu e atendeu o recado. Foi tratando-a do jeito que ela merecia. Não, nada de regalias, coisas espalhafatosas ou caras; era com carinho e o afeto amoroso que lhe era tão raro.

E, assim, ela se deixava conquistar e ia conquistando. Permaneceram em estágio de encantamento por um bom tempo. Sem bruxas ou feitiços, mas por uma indevida porção de engano, eles se deixaram.

Se ela tivesse se equilibrando em uma corda bamba, estaria mais segura. Sem chão. Sem ponto de apoio. Era essa a situação daquela que todos passaram a perceber mudanças. Não as físicas; mas as emocionais e comportamentais. Chorava escondida e na frente dos amigos. Não se importava quando lhe reclamavam; por vezes, aceitava resignada a situação.

Dias e meses passaram, porque tudo passa pra felicidade ou infelicidade de alguns. Hoje, as perguntas rolam e as respostas se escondem entre pequenos muros de mãos que protegem boca e ouvido. 

Onde está a menina diferente?

Está ali sendo mais uma.

O que houve com a garota especial?

Tá suplicando uma migalha de afeto.

Por que fazer tudo isso?

Porque ela está procurando um espaço na vida de um alguém que divide seu tempo com ela e as outras que também são mais uma.

Por que ela não segue em frente?

...

De migalhas, de sobras, de benevolências, ela sobrevive. Mas, dizem os mais próximos, que ela está sugando o oxigênio suficiente para preencher os dois pulmões, para voltar a viver por e para si.

22 novembro, 2013

Ele não sabe dançar

Ele não sabe dançar! É por isso que ela nunca será a contemplada a bailar, ao menos uma vez, uma valsa com ele.

Ele não sabe dançar! E na verdade, nem se interessa em aprender... As preocupações são tantas que não passa pela sua cabeça essa vontade.

Ele não sabe dançar! Só sabe que em sua vida outro caminho já apareceu e o arrebatou do costumeiro convívio; do baile que ela o preparava.

Ela sabe dançar! E dançou quando soube que ele não sabia. Tentou mostrar-lhe alguns passos, mas ele disse não querer perder tempo. São várias coisas para serem feitas e são poucas as pessoas para realizarem tais tarefas. Renunciou, então, este convite da valsa um tanto quanto discreto e implícito que ela o fez.

Mas ele já soube dançar. E com quantas já dançou... e quantas fez feliz... E quantos dilemas teve de enfrentar para resolver se continuava ou não no baile! Decidiu sair. Fazendo isso, não fez dela sua próxima debutante. E o quanto ela sofreu... e o quanto ainda sofre. Mas, por quê? Existem outros no salão.

Ele diz não saber dançar mais, nem os mais simples dos passos. Só acompanha com a cabeça enquanto ela o leva em seus pensamentos; em seu coração; em seus sonhos; em seus pés que ainda tentam, cansados, conquistar aquela valsa que tanto lhe é negada por ele.

Ele não dança, mas bate palmas, acompanha o ritmo e para. Segue ouvindo, cantando, mas dançando? Nunca mais.


Mas agora ele dança do seu jeito, com seus objetivos, seus sonhos e sua escolha! E ela parada, fica vendo-o dançar. Observa, contempla e admira. 

Algum dia ele voltará a dançar? Não se sabe. Mas, para ela, que venha, agora, um tango!

10 novembro, 2013

Entre a teoria e a prática (ou A estrategista)

Quando você me esquece, machuca, ignora. Toda vez que você vai, mas não volta. Quando você não se mostra, não me lê, não me expõe pro mundo; quando parece ter vergonha de mim. Todas as vezes que você dança uma salsa em cima do meu coração, eu planejo várias coisas para isso não acontecer de novo. Penso que poderia me utilizar de estratégias para não sofrer.

Eu poderia te odiar.
Mas coração é bicho besta. Então, na primeira frase que você me diz, ele se derrete, se dilui sorrateiro dentro de mim e todo o possível sentimento de ódio, vai embora. Passo a te querer perto, bem perto, bem dentro de mim.

Eu queria que você sumisse.
Mas os olhos são crianças curiosas: te procuram e te acham. Nessa hora, não tenho dois olhos, mas dois faróis que brilham ao te ver. Que transformam qualquer vontade de estar longe na de ter por todo o tempo possível.

Eu poderia te esquecer.
Mas aí, quem me faria sorrir? Você me traz a alegria sem perceber. É por isso que, do nada, o sorriso corta o meu rosto e vem enfeitar o batom vermelho na minha boca.

Quando você volta, me abraça e diz que está tudo bem. Toda vez que me beija e afunda o rosto no meu cabelo. Todas as vezes que você me puxa pra dançar em pleno salão lotado ou pega o violão e toca aquela música, eu penso que tudo pode ser melhor de novo. Ainda mais: que tudo pode ser mais bonito. Penso que posso me utilizar de estratégias para não te perder.

08 novembro, 2013

Documento

Me toma. Cuida do que é teu por agrado e conquista.

Responsabilidade adquirida no ato de posse, lavrada, assinada e registrada.


Fostes sentenciado a estar em meus braços, pele e cheiro por longos dias.

02 novembro, 2013

Don't be afraid

Algumas vezes, é fácil se deixar levar por um tórrido romance ou, simplesmente, por uma historinha que tem todos os indícios de happy end. Infelizmente ou não, isso nem sempre dá acerto. Porque, o que está em questão é o nosso desejo de vivermos uma paixão louca e desenfreada; daquelas de arrancar suspiros e dar arrepios até no pelo do dedo mindinho. E não minta pra mim dizendo o contrário. Todos nós queremos, sentimos essa vontade. Alguns mais outros menos, é verdade, mas não há quem não queira.

O carinha olhou para você de um jeito diferente e então, você, como moça delicada, educada e simpática, retribui o olhar. Depois de algumas semanas, os dois estão caminhando de mãos dadas no parque e indo ao cinema uma vez por mês. Pode não acontecer desse jeito, mas é válido. Só que um dos dois percebe que não está se entregando de verdade ao relacionamento e resolve acabar. Então, o que estava envolvido até o pescoço lastima, chora lágrimas de sangue e diz que nunca mais vai amar alguém na vida. Posso dizer uma coisa: é certo que não vai amar do mesmo jeito, pois acredito que é assim que acontece, mas amar novamente, vai.

O problema é não passar por nossa cabeça a possibilidade do fim e de que o outro possa não estar sentindo-se bem na relação. E que, para o namoro durar, é primordial a felicidade de ambos.

E para ser feliz, não é necessário que a relação seja duradoura, mas intensa. Dá pra viver uma paixão de tirar o fôlego em dois meses. Mas também é possível viver uma relação chata durante dois anos. Tudo vai depender do seu teor de bom senso.

Mas a gente só vai saber se aquele casinho de uma noite vai dar certo (ou não) arriscando. Arrisque, não custa nada. Isso pode te trazer uns olhos inchados e um coração convalescente ou então, a paixão que você esperava. Só não podemos negar que essa ação te trará maturidade e experiência. Tudo vai depender apenas da sua coragem e percepção. E você é esperto pra isso.

25 outubro, 2013

A louca

Hoje, eu tô azeda. Tal qual o gosto do tamarindo. Tô sem paciência pra brincadeira. Minhas piadas têm a acidez de um limão. Humor não é a minha virtude. Meu Ph não tá normal.

Tô sem saco pra historinhas melosas. Nem quando criança, eu gostava de contos de fadas.

Hoje eu não quero dar explicações do que fiz; nem dizer os meus planos pro futuro. Quero viver o agora do jeito que estou. Também tenho direito de não me importar com nada. Não estou sendo mal educada, apenas sincera.

Tô assim porque é impossível estar sociável 365 dias por ano, porque cinza também é uma cor disponível pro uso. Vou deixar o azul pra amanhã.

Hoje tô de short, regata, chinelo e cabelo amarrado. Tô nem aí pra minha anatomia e beleza. Tô querendo dançar solta num salão vazio. Quero rodopiar até cair.

Tô ríspida. Tô preparada pro bote. Tô pronta pro ataque. Tô à espreita. Tô na minha até os dez primeiros minutos do filme. Tô com o dedo no gatilho. Duvida?

Quem nunca esteve assim, melhor nem atirar a primeira pedra. Sou capaz de retribuir a pedrada.

13 outubro, 2013

366, se fosse bissexto.

Comecei a te amar assim, do nada. De uma conversa totalmente descontraída, você passou a fazer parte do meu presente e de todos os outros tempos verbais que eu poderia conjugar.

Sei que não faz muito tempo, mas não existe tempo cronológico pra quem ama. Pra mim, você sempre esteve aqui. Ia comigo à escola todas as manhãs; enxugou minhas lágrimas na hora de dizer adeus ao meu avô; me rodopiou no ar quando eu passei no vestibular; quando eu consegui meu primeiro emprego, você foi o primeiro a me sorrir. Em todas as etapas da minha vida você se fez presente, mesmo estando no futuro.

Você não era um fantasma, uma alma ou uma energia positiva que me acompanhava; você era aquele aperto no coração, aquela vontade de sorrir que surgia do nada, o nó que apertava a garganta, o conforto que vinha junto com o vento batendo no meu cabelo, até então, longo.

Hoje é mais fácil te perceber. Você é dono de todos os sorrisos e soluços; motivo da maior parte das minhas alegrias e responsável por raivas que somem em dois tempos; ou seria com dois beijos? Faz parte do meu dia seja cinzento, ensolarado ou extremamente frio. Não importa a temperatura, você está sempre disposto a tornar tudo agradável.

Você é meu inquilino nesse apartamento onde só cabe um. Mora em meu olhar, corpo e coração sem pagar aluguel. Nesse presente inconstante e cheio de atropelos, você é a pessoa capaz de me tranquilizar, mesmo com brincadeiras que me fazem sair do sério. Você me perturba com palavras, gestos e com o coração, e isso me faz querer ir além.

Quero que você me leve na bagagem da vida e pra qualquer lugar que você for. Quero ir na contramão do mundo, se essa for a única condição de ter um futuro com você. Não importa se de caminhão, carro, bicicleta ou jangada, na minha viagem sempre haverá lugar pra você. E se o único meio de ir contigo é pela imaginação, eu te empresto uma caneta pra você gravar na pele, todos os dias, o futuro de uma história que começou ontem, mas já faz um ano.


28 setembro, 2013

Dependência

É que eu ainda preciso da tua mão na minha. Dos teus olhos pendurados nos meus. Dos teus abraços sem motivo aparente. Das tuas ligações desesperadas.

Necessito do teu beijo rápido no meu pescoço e dos vários que você dá quando eu consigo realizar algo tão importante. Das tuas risadas altas e do sorriso tímido. Das tuas implicâncias com meus medos.
Das tuas ironias com a minha rotina. 

Eu preciso do teu bom dia! Preciso te ver dormir e dormir com a cabeça encostada no teu ombro. Ainda preciso ouvir teus sonhos e me achar neles. Saber teus planos e ver que tem espaço pra mim no teu futuro. Consolar teu desconsolo, acalmar tua raiva...

Preciso das tuas palavras me acalmando nas decepções. Da tua segurança nas decisões. E da tua serenidade nos contratempos.

Ainda preciso saber se você está bem, se quer colo, carinho ou companhia pra uma canção. Se está a fim de uma tarde no parque, no cinema ou em casa. Se quer só conversar, se não quer nada ou se quer algo mais.

Preciso te sentir, ver e ouvir a tua voz dizendo que precisa de mim.

22 setembro, 2013

Explicações

Ah, eu não queria ter medo de amar, menina! Eu queria deixar-me ir em você. Sim, eu queria.

Mas eu tenho medo, por isso me esquivo. Por isso me faço líquido. Temo em me perder.

Gostaria de poder me envolver em você como se nada nos fizesse mal. Como se eu não pudesse me machucar. Como se a dor que ficasse depois fosse um nada perto do que existiu.

Ah, menina! Nem sempre a vida é como pensas. Nem sempre o amor é doloroso. Posso estar enganado, mas é melhor sentir a dor de amar que nunca senti-la.

Não sabia que, ao te ver, sentiria essa felicidade repentina. Que o meu sorriso poderia vibrar e minhas mãos suarem.

Mesmo sentindo isso, eu corri. Corri porque tive medo de encontrar em você aquilo que eu procurava.

Olha, menina, não é tão fácil esquecer um medo, um passado. Não te lastime, nem inquieta teu coração. Deixa que o tempo passe e eu fique em paz.

Deixe-me sossegar o coração e desfazer planos de um passado que ainda me consome.

Deixe-me ir, pois como o tempo - velho companheiro de caminhada-, o medo pode escapar também e, quem sabe, seguirei tranquilo.

Ah, menina...

Quero seguir pensando que ainda não tive outra chance de ser e fazer feliz. Quero pensar que foi mais uma tentativa que trouxe alguns benefícios e outras complicações.

Deixa eu pensar que meu medo pouco mudou e que eu ainda sei seguir sozinho.

19 setembro, 2013

Na calma

Chegou. Encontrou uma casa. Morou.

Organizou as coisas. Se organizou. Pôs na estante uma foto antiga.

Remontou o quarto. Fez a festa.

Colocou na prateleira um aviso e no quadro um sonho antigo de que, dessa vez, tudo iria dar certo.

Na varanda armou a rede e no coração dele começou a se balançar num indo e vindo que não dava sono.

Diferente do seu corpo, o quadro da parede era intocável.

Na sala, uma tevê em preto e branco e uma oração prum santo qualquer.

Pedia, na madrugada quente e na manhã fria, que o coração permanecesse estável e aquele sonho aceso.

Enquanto se balançava, agora na rede, sentia um alívio e um desespero por tudo estar tão quieto, tão normal.

Ah, se pudesse um furacão destruir aquela serenidade!

Mas é a brisa que vem vindo e mais um dia leve vai.

14 setembro, 2013

Sabe o bem?

Sabe o bem? Aquele que me abre mundos e estende braços.
O que me sorri primaveras e desperta verões em dias cinzentos.
Que me dá vontades de também ser o seu bem.

Pois é.

Sabe o bem? Aquele que me faz chorar rindo e chorar chorando.
O que me diz palavras duras como consolo.
Ele que me faz dormir angustiada e acordar apreensiva.
Que me dá receio em fazer o que possa desagradá-lo.

É complicado...

Sabe o bem? Aquele que chega tristonho e preocupado com o trabalho.
O que me pede carinho e colo nas indecisões.
Que me faz ser seu remédio e proteção.

Sou forte também!

Sabe o bem? Aquele com quem compartilho sonhos e ideias.
O que me faz acreditar que podemos ir além.
Ele que controla comigo os rumos incertos do nosso barco.
Que me aponta caminhos e me deixa dar soluções.

Do começo ao fim, estamos um com o outro.

07 setembro, 2013

Osmose

E a cada passo dado,
deixo pra trás 
pedaços de histórias
e um pedaço de mim.

E em cada olho,
se o olho,
deixo um pouco do brilho
que tenho em mim.

Em cada abraço,
deixo sorrisos e festas
lágrimas e feridas
de dores e alegrias
que ainda não conheci.

Se eu continuar assim,
você pode até acreditar
que eu, aos poucos,
estou sumindo.

Mas engana-se
quem pensa que
não roubo dos outros
um pouco daquilo
que se escapa de mim.

03 setembro, 2013

Transbordando

Com licença, por favor. Gostaríamos de passar. Abram as portas e nos observem.

Ouçam nossa alegria. Prestem atenção no novo par que se formou!

Já chega de tristezas, lamentações ou dor. Não há motivos para chorar diante o tilintar da vida.

Encontramos, um no outro, o sorriso acolhedor, o abraço abre-alas, a conversa pra acalmar a vida, o olhar que graceja, os beijos que duram.

Já nos buscávamos em sonhos; nos encontramos em desejos.

Nos soltamos das amarras do passado e nos demos de presente.

Nossos suspiros falam mais que esse texto, qualquer momento é mais importante que uma vida toda.

De que adianta uma vida toda se não se pode viver?

Vivemos uma nova vida todos os dias; e isso não nos custa.

Todo dia um sorriso, abraço... Todo dia é um benquerer maior, mais bonito e diferente do dia que passou.

Não sabemos quando vamos parar. Quem sabe, a roda gigante da vida completa sua volta e continuemos tão bem quanto estamos.

Quem sabe?

Na verdade, o futuro não nos preocupa. O presente nos interessa. O estar ao lado com um suspiro pronto para passar pelos lábios é mais importante.

Um olhar quente e um bocejo envolvente é mais importante que opiniões e olhares de desprezo.

Desprezamos quem despreza o amor.

Mas, isso não nos importa.

Temos amor demais e não interessa deixá-lo guardado, escondido dentro de uma simples caixa torácica.

E, se o amor for mesmo líquido, não atrapalhe nosso percurso. Estamos transbordando.

30 agosto, 2013

Moeda de troca

Eu trocaria uma vida inteira de sonhos, pra sonhar contigo.
Trocaria meu violão pra tocar a vida ao teu lado.
Trocaria minha voz pra falar palavras bonitas por você.
Trocaria meus sapatos fechados pelos teus pés calçados de aventuras.

Trocaria meu vestido azul florido por tua pele negra.
Trocaria um batom qualquer por teus lábios quentes.
Trocaria minhas luvas por tuas mãos nas minhas.
Trocaria meus livros para construir uma história contigo.
Trocaria meu biscoito de chocolate, minha lasanha de domingo e meu chá de fim de noite para me alimentar dos teus desejos.
Trocaria minha palheta para que você me dedilhe.
Trocaria minhas manhãs, tardes e noites de insônia para dormir com você.

Trocaria minhas palavras; as mais exatas, as mais simples, as mais atrapalhadas, as que fazem de mim uma pessoa trivial. Trocaria todas elas por um vocabulário novo em que o dicionário começaria pela palavra nós.
Trocaria a minha garrafa de refrigerante e minha fatia de pizza para você matar minha fome.

Trocaria meus brincos, colares e pulseiras coloridas por uma vida calma e sensata ao teu lado.

Trocaria tudo, absolutamente, tudo o que tenho. Mas, caso eu te tivesse, não te trocaria por nada.

27 agosto, 2013

Cicatriz




Momento de publicar a minha música nova!

Cicatriz


Eu conheço teus segredos
Tenho a chave do teu peito
Não fuja assim de mim
Participo dos teus planos
Rego à noite os teus sonhos
Não nos esqueça assim

Teu cheiro tá marcado em mim
Como cicatriz na pele
Teu beijo manchou a minha vida
Que não quer mais limpar

Te protejo do frio
E no seu escuro sombrio
Faço uma luz brilhar
Traço mapas em linha reta
Te conduzo por uma seta
Para o seu caminho não entortar



26 agosto, 2013

Hipotermia

Estava eu na noite fria. Contrariando as recomendações médicas, os conselhos da minha mãe e os avisos dos meus amigos. Saí pra ficar só, mas foi impossível. Lembrei de nós dois com lembranças felizes. Me agarrei a elas na esperança de esquentar minha noite.

Nessa mesma noite, precisei dos seus pés para esquentar os meus. Do teu corpo pra me livrar da hipotermia. Das suas mãos quentes encostando em meu rosto.

Quis tua cabeça na minha, me livrando do perigo que é pensar. O teu abraço que servia de segunda pele.

Lembrei que nas noites que passávamos juntos, o sol nos acompanhava. Ele aquecia conforme as batidas do nosso coração.

Recordei tudo. Sorri. Tossi. No caminho pra casa, constatei algo inesperado, assustador: foi a primeira vez que senti frio.

21 agosto, 2013

Era linda e me amava, mas ela teve que partir

Se foi e não disse pra onde ia, não deu explicação.

Quando ela se foi, eu não lembro bem, não sei o que estava fazendo, só sei que o mundo parou. 

Quando ela se foi, tudo mudou de lugar. Mas seu lugar permanece intocável até hoje.

Se foi sem dizer adeus. Não me deu um último beijo, não me disse que me amava, mesmo eu sabendo de seu amor infinito por mim. Não acariciou meus cabelos, não afagou suas mãos sobre as minhas.

Ela não secou minhas lágrimas, não curou minhas feridas com beijos, não viu o último desenho que eu tinha feito da nossa família.

Nunca mais dormi ao som da sua voz, nem acordei com seus carinhos, nem ouvi o seu tom de reclamação ao fazer travessuras.

"Era linda e me amava, mas ela teve que partir."

17 agosto, 2013

13 agosto, 2013

O que eu quero?

O que eu quero?

É um sorriso no rosto, um olhar carinhoso e um abraço apertado.

Alguém me dizendo que tudo tem jeito, que eu preciso me acalmar e que essa dor é passageira de um ônibus desgovernado, mas que vai parar logo ali na reta do horizonte.

Quero um consolo fraterno, um conselho sincero de quem não desistiu de acreditar no bem.

Quero perfume de flores, beijos de brisa e coração ensolarado.

Errar e encontrar o caminho em pés cansados de tentar.

Quero rir o riso de quem conseguiu e chorar o choro de quem não desistiu de perceber que vale a pena tentar outra vez.

Eu quero sempre ir além de onde cheguei na última vez.

Eu quero tentar, errar, tentar e conseguir, e ter teu sorriso largo como prêmio na linha de chegada.

Quero tudo de novo. Quero tudo novo. Quero um recomeço pra um fim que nunca existiu.

08 agosto, 2013

De novo

Durante todo esse tempo, fiquei pensando nas palavras mais bonitas pra te dizer.

Acontece que concluí o de sempre:
teu sorriso me acalma,
tua voz me embala,
teu abraço me desconserta.

Por mais que eu fuja, teus pés me levam pro teu destino.
Mesmo jurando, volto atrás.
Tuas palavras ampliam meu horizonte
e teu silêncio soluciona problemas.

Assim sendo, quero sempre os mesmos sorrisos, silêncios e abraços.
Descobri que não existe rotina pra quem aprende a amar todos os dias.

01 agosto, 2013

A normal

Desculpem-me os transtornos, a desatenção e as falhas. Sou normal.

Perdoem-me as reprovações, os atrasos e as inconstâncias. Sou humana.

Absolvam minhas culpas, derrotas, doenças e todo tipo de incoerência. A preguiça. Sou de carne e osso.

Relevem minhas sinceridades, discursos mal feitos, respostas mal dadas; meus erros ortográficos, minhas faltas de concordância; todas as vezes que tentei e não consegui, todas as vezes que escrevia e minha folha continuava em branco. Cada momento mal vivido, cada lembrança angustiante; todo e qualquer tipo de mal e mentira. As desafinações, correrias, intromissões, ofensas. Peço que me perdoem. Tenho medo, sinto fome, calor, frio e sede como qualquer outro.

Desculpem tudo o que eu disse e ouçam esta revelação: sou mortal também.

29 julho, 2013

Pra seguir em frente

Perdi o texto que fiz pra você. Guardei, mas perdi o papel e junto com ele, o teu agrado.

Na verdade, não lembro mais onde te coloquei na minha vida. Provavelmente, te joguei num cantinho qualquer e fui ali ser feliz.
  
Não sei em que parte de mim estão nossos olhos. Acredito que eles se apagaram junto com a luz da varanda.

Tua barba... Não tenho notícias dela. Não faz mal, porque ela não é mais nossa.

Acabei ocupando teus lugares com tantas outras coisas inúteis nessa minha vidinha pragmática, sincera e feliz...

Levo uma vida pacata, mas que ainda me dá forças pra dizer uma ou duas palavras de consolo, soltar uma risada e seguir os ponteiros do relógio.

23 julho, 2013

Sincericídio

Ele viu. Perguntou. Aproximou-se. Acreditou. Tentou.
Ela viu. Riu, se encantou, confiou, aceitou.
Renderam-se.

Viveram. Riram. Saíram. Amaram o quanto puderam naquele tempo. Comemoraram o que se tinha como motivo para ser feliz.

Ela desconfiou. Sincera, falou. Ele ouviu. Seguro, rebateu.
Ela acreditou. Ele não esqueceu e pensou. E refletiu. E achou que era melhor parar.
Ela chorou, sofreu. Culpou-se. Arrependeu-se de tanta sinceridade.

Ele seguiu. Seguiu mais e ainda melhor. Ele esqueceu. Dela, já não se pode o mesmo.


Reencontraram-se. Reviveram-se num milésimo de segundo. Ela enganou-se. Ele corpo são mente sã. Ela sempre sincera. Ele sempre do mesmo jeito. 

Sincericídios que ela leva consigo. Sinceridades que ele não soube compreender.

18 julho, 2013

Antídoto


Não é remédio. Nem é cura. É um antídoto.

P.S: letra e música compostas por mim.

13 julho, 2013

Deficiência cardíaca

Pode tatuar meu coração. Não vai doer. Praticamente, não o sinto mais. Sei que ele existe porque ainda estou viva, mas não vai fazer diferença se ele bater ou não nos próximos minutos.

Pisaram nele, coitadinho, com tanta força que diminuiu de tamanho. Bateram com ele na parede, que meu coração ficou inconsciente. Brincaram com ele como criança que brinca e deixa o brinquedo jogado no chão.

Depois disso, não estou propensa a ter ataques cardíacos ou qualquer outra enfermidade nesse órgão. Estou na UTI, mas sobrevivo sem ajuda de aparelhos. Não preciso de um transplante, mas estou na lista de espera.

Sou uma deficiente cardíaca às avessas.

Nem um médico vai dizer, todos os meus amigos escondem, mas eu digo meu diagnóstico: coração atrofiado de tanto amar e sofrer. Mal que não tem cura. Diagnóstico irreversível.

09 julho, 2013

Onipresente

Te desejo aqui, sempre.
Te carrego no colo, no coração, no pensamento e na garupa dos meus sonhos.
Te sinto no vento, no brilho do sol, na chuva e na pele.
Beijo seu rosto, lábios, mãos e alegrias.
Enxugo suor, lágrimas e exageros.
Te vejo em músicas, livros, festas, textos e passarinhos.

Engraçado... Não lembro de você ter me dito um dia que era onipresente.

07 julho, 2013

Sobres pesos, valores e medidas

O que pesa mais: um quilo de amor ou um quilo de indiferenças?
O que vale mais: dois reais de sonhos ou dois de desilusão?
Quanto custa uma mentira? E quanto custa esquecê-la? Quanto pesa o sabor de enganar?
Quem vai ser mais cobrado: quem engana ou quem se deixar enganar?
Quanto tempo dura o féu do desprezo, a dor da perda, a raiva de um amor?
Quanto custa uma explicação? Um pedido de desculpas? Uma remição?
Pesa muito voltar atrás? É irrisório o valor de uma dissimulação?
Fica mais caro tentar de novo? A dor da segunda desilusão custa mais? Pesa mais?

- Uma esmolinha de afeto, respeito e gratidão pra essa ceguinha de amor, pelo amor de Deus!

Quanto pesa, quanto custa, quanto vale amar e ser correspondida?

Responda-me quem souber.

03 julho, 2013

L.

Não adianta disputar sua atenção agora, já que o seu passado se faz presente. Vou me resguardar, ficar no meu canto até que o agora volte a ser o seu tempo.

Confrontar a lembrança alheia é batalhar sem soldados.



30 junho, 2013

Retrato falado

Nunca me desenharam. Nunca fui traçada em linhas retas, nem em curvas planejadas.
Nunca fizeram de mim um esboço. Nunca me pensaram em cores ou em preto e branco.
Borracha, lápis, compasso nunca me foram apresentados, graficamente falando.

Não sirvo pra musa, eu acho.
Não tenho nada de diferente, nada demais. Sou normal. Nem bonita nem feia. Muito menos, exótica.
Não sou magra, não tenho curvas exuberantes. Um corpo como outro qualquer que não chamaria a atenção num desenho.
Meu cabelo não possui um estilo diferente. Nem meus olhos, nem meu sorriso.

Não sirvo de inspiração para pessoas de nível inicial, médio ou avançado.
Disseram que minha imagem ficaria destorcida, por isso nem tentaram.

Espero que, um dia, alguém tenha coragem, aceite o desafio, ou apenas seja bondoso e me desenhe, mesmo que o resultado não seja positivo. Mesmo que me rasguem e chamem de lixo.

Um perfil, uma linha, um rabisco. Um retrato falado! Só quero ser desenhada.

28 junho, 2013

Segue com ela

Vai, segue com ela que o caminho pode ser mais curto e mais divertido. Ela pode te ajudar nas coisas que eu não sabia. Ela pode te ensinar a curar a alma que eu feri.

Segue com ela que a estrada é sem espinhos e sem dor, as flores mais perfumadas e o sol brilha mais forte; segue com ela porque ela pode te apontar a direção certa na encruzilhada da vida.

Ela vai contigo no teu rumo. Então, segue teus passos, organiza tua mala e vai outra vez seguir com ela. E pode deixar que eu me viro; não se preocupe que eu me cuido. Uma dor a mais não pode custar uma vida sem esperança. Vai, segue com ela que eu sigo sonhando, eu sigo tramando meu destino só. Eu sigo arriscando e perdendo, mas não machuco ninguém.

Vai, pode ir, ela está te esperando.

Volta lá e segue com ela.

16 junho, 2013

Licença

Quando ele se foi, eu coloquei, com jeitinho, a chave de casa na sua mala. No outro dia, ele me disse que a encontrou e que devolvia assim que desse.
O tempo passou. 
Fui arrumando a casa, aos poucos. Tirei a poeira do quarto, troquei os livros de lugar. Mudei o sofá e as cadeiras.
Organizei minha vida pra aprender a viver sem a dele.
Apesar disso, nunca troquei a fechadura da porta, na esperança de que ele voltasse. Pra dizer oi, quem sabe; pra devolver a chave, mesmo que isso me doesse; pra me dizer desaforos; enfim, eu esperava uma visita.

E o tempo passou, obedecendo a regra óbvia da finitude dos tempos.
E um dos acasos que o destino traça em nossas vidas fez com que, um dia, ele voltasse. Repentinamente. Descuidado. Despreocupado. 
Bateu na porta e pediu licença pra entrar. Mas, pedir licença por quê?

"Você sabe que não precisa pedir licença pra entrar; você tem a chave. É só chegar na porta e abrir. E você também sabe que ainda manda aqui. 
Aqui em casa. Aqui, dentro de mim."


De início, cauteloso, me mostrou a chave e a colocou sobre a mesa. Depois, seguro de nós, ocupou o lugar que sempre lhe pertenceu. 

Antes de ir, ele pegou a chave e guardou no bolso. Saiu olhando pra trás e disse até breve.

...

Nada voltou a ser como antes. Nada. Situações embaraçosas continuam acontecendo. Mas ele sabe que tem um endereço certo e seguro. 
Hoje, ele mesmo trocou a fechadura da porta. Deixou uma chave comigo. A outra ele levou porque, caso eu perca a minha, eu sei onde estará a reserva. E...
Com licença. Ele chegou.

13 junho, 2013

Fraca e incapaz

Eu não preciso te procurar nas coisas. Você está mais presente na minha vida que eu mesma.

Não consigo esconder minha felicidade depois de te ver numa canção; de ouvir tua voz numa frase de comercial; de sentir teu cheiro na minha roupa lavada.

É impossível não chegar o inverno e eu não lembrar de você. Por quê? Porque vocês dois não combinam. Porque eu lembro você reclamando do frio insuportável. Mas eu adorava o inverno ao teu lado porque eu era teu cobertor, tua lareira. Te livrei da hipotermia várias vezes.

E que digam todos que ainda não te esqueci. Não negarei. Me chamem de fraca; admito ser.
Não esqueço do dono da voz que me embalava; do responsável por me entorpecer com seu cheiro e daquele que me fazia ver o infinito através dos seus pequenos olhos.

Gosto de ser fraca e incapaz.
Não sou capaz de tirar da minha mente a pessoa que me fez sonhar com um mundo em que apenas eu era a responsável por fazer feliz quem eu mais amava.

06 junho, 2013

Volta amanhã

Volta amanhã que hoje eu tô cansada. Não do meu trabalho, da minha vida, daquilo que me faz ser útil.
Estou cansada das tuas idas e vindas, da tua indecisão, do teu querer não me querendo; e quando não me quer já me tem.
Estou exausta desse jogo. Cansei de ter a felicidade medida por conta gotas. Quero algo completo, agora.
Se quiser ser feliz comigo, venha, mas não vá. Se doe, se dê por completo.
Caso não queira, tudo bem. É melhor uma triste decisão ser tomada que ter a dúvida a rondar o pensamento. Ficarei bem, tenho certeza. 
Mas, hoje não. Vai arrumar tua casa que depois eu organizo a minha.
Me deixa descansar que hoje quero meu tempo de volta: vou pintar a unha, ajeitar o cabelo e ser linda para mim. 
Volta amanhã, amor, que hoje eu aprendi a me amar.

03 junho, 2013

Donde?

De onde vem esse dom de me fazer bem?
De me arrancar um sorriso em meio a tanta dor?
De me fazer ter esperança quando tudo é escuro?

De me fazer relaxar diante de um estresse, de me fazer parar quando devo correr, de me fazer correr pros seus braços quando eu deveria estar só?

De onde vem essa magia que você tem de me fazer chorar de rir, rir de tudo e de tudo ser perfeito ao seu lado?

Não me importo de onde isso vem.

É preferível não ter essas respostas e te ter por perto.

29 maio, 2013

Pra ser alguém

Me deixa viver contigo.
Não vou decepcionar tuas desilusões, nem acabar com teus pesadelos infantis. Muito menos, desmascarar teus medos.

Me deixa estar contigo
para que uma fantasia se realize, um horizonte se quebre e um tabu surja.

Não serei mais do que aquela que estará ao teu lado, interrompendo tuas vontades e sonhos inúteis, e desbloqueando teus caminhos.

Não irei mudar os rumos da tua vida, nem destruirei o que de útil você já construiu. 
Não quero mudar sua fé.

Apenas quero estar contigo em todas as manhãs. Nos eclipses, ser teu sol ou tua lua.
E quando o mar estiver ressacado, serei a calma que você precisa.

Mas, quando existir o marasmo, farei o rebuliço que te prometi não fazer.

24 maio, 2013

Pra perder o fôlego

Caminhar contigo é andar nas nuvens de algodão do céu estrelado de beijos dados ao amanhecer.
 
Estar contigo é repousar num domingo frio de sonhos quentes acordados num abraço de verão.
 
Sonhar contigo é imaginar o mundo real recheado de fantasias e brincadeiras feitas por um palhaço que vive debaixo da lona da vida.
 
Pegar na tua mão é descobrir um mundo enterrado num coração que cria asas de borboleta e que vive na esperança de seguir por um caminho que começa e termina toda vez que você diz que está comigo num balanço de sonhos armados na nuvem de algodão.

22 maio, 2013

É isso

O que eu sinto por você é uma doença mal curada. Uma fratura exposta. Uma chaga escondida, porém aberta.

Enfim, é um caminho sem volta no qual eu me perdi.
Rua sem saída. É uma cerca de arame farpado. 

Rio caudaloso. Tempestade no meio do mar.

Porque, mesmo o meu amor sendo hostil e doloroso, se manifesta.

16 maio, 2013

Não tive tempo de pensar em nós. A turbulência desses últimos dias me fizeram te esquecer.

Mas, bastou um pequeno giro e tudo voltou. Os sonhos, os medos e até você.

Quero o recomeço de tudo. Do negativo até o zero. Porque se eu ficar abaixo de zero, você me aquece.

Quero o recomeço de tudo. De inverno à verão esse inferno. Porque, de algum jeito, você me leva ao céu.

Quero o recomeço de tudo. Do princípio até enquanto durar. Porque, por mais que acabe, a gente sabe que não tem fim.

13 maio, 2013

Divagando

E se eu te ligar, vai ser para ouvir tua voz; para saber que você me ouve. Para entender, pela tua respiração, a densidade dos meus devaneios que são a forma mais íntima de dizer que ainda te quero.

E se eu te incomodar, vai ser para garantir minha cota de participação na tua vida; para que você não me esqueça, pelo menos, por alguns instantes. Para ser, naquele momento, quem te faz sorrir.

E se eu aparecer, vai ser para te mostrar as minhas marcas de alegria e solidão. Não sei viver só. Também não sou de multidão. Sou de poucos. Sou tua.

E se eu nada fizer, entenda: terei compreendido minha nulidade na tua vida. Terei tomado um gole de vergonha e me atirado no barco da lucidez.

Ou simplesmente, me escondido debaixo do cobertor da saudade.